sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Descanso

O blog dá uma parada até o dia 4 de janeiro. E deseja aos visitantes um feliz ano novo.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Opinião em alta

Em sua coluna na Folha de hoje (para assinantes), o colunista Marcos Nobre discute como o surgimento da plataforma virtual, encabeçada por blogs e projetos colaborativos de informação, atingiu frontalmente o que chama de "monopólio do formato notícia".

A informaçao só ganha credibilidade quando acompanhada de uma "tomada de posição", diz Nobre. "A novidade é perceber que isso pode ser feito de diversas maneiras", acrescenta.

Ficam várias perguntas, levando em conta esse cenário.

1 - A migração da opinião editorial ou pessoal das seções que lhes são próprias para o conteúdo noticioso, se oficializada, muda algo no jornalismo impresso brasileiro?

2 - Os jornais terão vontade e engajamento para levar isto a cabo?

3 - Chegou, então, a era do jornalismo opinativo ou será preservado o modelo batizado de imparcial e apartidário?

O que o leitor/internauta acha?

domingo, 21 de dezembro de 2008

Por falar nisso

Por falar nisso, caro internauta, o que você acha do serviço de ombudsman que alguns veículos, tanto aqui como em outros países, mantêm?

Para quem quiser saber mais sobre o cargo, o blog indica alguns veículos que contam o serviço.

Folha de São Paulo

Portal iG

New York Times

Jornalismo e o cotidiano dos Direitos Humanos

"(...) Os meios de comunicação têm deveres sociais inerentes à sua condição. Entre eles, o de contribuir para assegurar o máximo cumprimento possível dos direitos propostos pela Declaração. (...)"

"(...) É preciso que atores sociais relevantes se empenhem para fazer cumprir a Declaração. E a mídia no Brasil tem feito muito pouco nesse sentido. A pesquisa encomendada pela Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República comprova isso, ao constatar que apenas 20% da população a aponta como um dos três fatores mais importantes para garantir os direitos (bem abaixo da família, do indivíduo, do governo e da Justiça, entre outros). (...)"

Em sua coluna dominical (para assinantes) na Folha de São Paulo de hoje (21/12), o ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva sublinha o papel e as deficiências que o jornalismo têm na cobertura dos Direitos Humanos, cujas diretrizes foram definidas há 60 anos.

Um excelente artigo para reforçar tanto as atribuições cotidianas como as falhas que os meios de comunicação carregam em assunto tão caro aos países e milhões de pessoas.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Terceirização de uma concessão pública

Quem tem a prerrogativa de conceder um pedaço no céu e no ar para que as emissoras de TV e rádio possam explorar sinais e transmitir seus programas é o Estado, a União.

É o que está dito na Constituição de 1988, que completa duas décadas neste ano.

Se a cessão do uso do sinal é outorgada à empresa de comunicação, o inquilino é tão somente ela. E a produção jornalística e de entretenimento que ali é transmitida também deve ser dela, ou seja, feita por ela.

Embora isto não esteja textualmente na letra na Constituição, não é, de certa forma, uma impostura o fato de um canal ou emissora lucrar a partir da tercerização significativa de seu "espaço" para, por exemplo, manifestações religiosas ou anúncios de venda? E as regras constitucionais que exigem programação de natureza educativa, por exemplo? Valem mais ou menos do que se fazer de barriga de aluguel para o bebê alheio?

São questões, caro internauta, que levam à outra: qual a fronteira que separa a necessidade natural do lucro da exploração inorpotuna de um bem que nem das televisões e rádios, no final das contas, é?

Um artigo do Obsevatório da Imprensa serve de combustível para a discussão.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Nota de rodapé

No link vai um importante artigo, do Observatório da Imprensa, sobre os limites que as televisões desrespeitam.

Seria interessante ver o tema debatido com a mesma fartura com que se noticia temas também fundamentais, como condições dos hospitais, infra-estrutura rodoviária, medidas provisórias, quadro macroeconômico, índices de preços etc.

No entanto, há sempre um assunto cuja pauta é facilmente contingenciada. E ao leitor/telespectador se oferece um serviço coxo.

Mino Carta e a "Mídia Nativa"

A imprensa é, definitivamente, um ator poderoso na cena política do Brasil. Tem, evidentemente, suas predileções e antipatias. E, se aqui não podemos nos estender em casos e curiosidades daquilo que Mino Carta, diretor da Carta Capital, chama de "mídia nativa", eis que o próprio pode contar um pouco mais sobre o assunto. É só clicar aqui.

Carta Capital e a maré do contra

Os jornais e revistas, como já comentamos neste espaço, são muito ciosos na hora de incluir seus rostos nos textos e reportagens. É uma situação, digamos, incoerente. Afinal, para investigar e denunciar desmandos alheios, principalmente nos meios políticos e nos círculos do poder, não precisam nem de despertador.

Quando, no entanto, o ideal seria colocar o par de bochechas exposto, mesmo que para rememorar situações já passadas e que provocariam certo constrangimento, eles parecem não se programar e acabam, por fim, perdendo a hora.

Há quem diga que é conveniência, há quem diga que nem vale a pena discutir o que se conjuga no pretérito. Mas, em caso de curiosidade sobre aspectos diversos na imprensa brasileira, Carta Capital é uma saída.

Lá, por exemplo, pode-se nadar na contramão.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Nota de rodapé

Seguem dois artigos que estendem o debate do post anterior: um, de Luciano Martins Costa, serve de combustível para a discussão sobre a relevância das revistas semanais e seus critérios de escolha; o outro, de Barbara Gancia (na Folha de São Paulo, para assinantes), evidencia como assuntos potencialmente triviais se enchem de importância e valor.

Boa leitura.

Você, o editor

As revistas semanais têm como propósito, em linhas gerais, elencar o que de mais importante ocorreu na semana e discutir os fatos. Para tanto, há mais tempo para apurar e escrever, garimpar especialistas ou fontes diferenciadas e originais, destrinchar os acontecimentos a partir de suas causas, avaliando, neste sentido, as consequências geradas.

A cartilha do jornalismo, de forma geral, divide-se entre o que é de interesse, vulgo curiosidade, e o que é de utilidade pública, isto é, altera diretamente os rumos do país, ainda que de forma reduzida ou quase imperceptível.

Reparem: são duas condições diferentes. O que, caro internauta, na sua opinião, encabeçaria a lista de prioridades de sua revista na edição que está na banca esta semana?

a) Supremo Tribunal Federal mantém o formato fundiário contínuo da reserva Raposa do Sol, obrigando a sair os fazendeiros que lá plantam e preservando aos índios as terras que ocupam;

b) AI-5 completa 40 anos, novos arquivos da época são revelados e o país tem a oportunidade de se aproximar, junto com a recente polêmica sobre a anistia, de um período fundamental (e obscuro) da história nacional;

c) São Paulo conquista o terceiro título consecutivo do Campeonato Brasileiro e consolida um novo paradigma de administração e gerência no futebol nacional;

d) Morre o ex-marido da atriz Suzana Vieira;

e) Nenhuma das anteriores.

Uma contribuição da Globo

A TV Globo lançou há poucos meses um projeto que merece aplausos. Chama-se "Memória Globo" e lista alguns momentos polêmicos que marcaram o currículo da emissora.

Estão lá, entre outros, o caso Time-Life, no qual a Globo foi acusada de contar com investimentos estrangeiros em sua gestão (o que era proibido pela Constituição de então); o caso Proconsult, escândalo que colocou a Globo em dúvida nas eleições estaduais de 82 (vencida por Brizola, inimigo figadal de Roberto Marinho); e o debate entre Lula e Collor no 2º das eleições de 89.

É uma contribuição relevante para as discussões sobre jornalismo e o papel desempanhado no cotidiano político. Mostra, de um certo modo, indício de auto-crítica e vocação para o debate.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Críticas aqui, sim

No batismo deste blog, não incluí menção alguma ao direto de crítica. Pois bem: agora me corrijo.

O blog está aberto a juízos e apreciações, sejam elogios ou apupos. Qualquer contribuição será bem acolhida.

Peço apenas que, no caso de espinafração, preserve-se a educação.

Nota de rodapé

A quem se interessar, mais luz sobre os jornais e a ditadura militar no artigo Epifania editorial: uma contribuição ao Globo, de Gilson Caroni Filho, na Carta Maior.

Auto-anistia

A Folha de S. Paulo, O Globo e o Estadão dedicam extensa cobertura aos 40 anos do AI-5.

As três famílias que comandam estes jornais sempre mantiveram algum tipo de relação com os governos, em qualquer época. É compreensível: as empresas de comunicação, para sobreviver e se expandir, precisam colocar a boca no alambique do Estado, que libera verbas, patrocínios e regula os direitos de concessão de rádios e TVs.

Mas parecem empenhadas em contar a história do país com a borracha sempre pronta para apagar aquilo que lhes seja incômodo.

No dia seguinte ao golpe de 64, O Globo estampava, com indisfarçável contentamento, sua avaliação dos rumos que o país tomava a partir de então. Pois vejam: "Vive a Nação dias gloriosos", eis a primeira frase do editorial do dia 02/04/64.

Se ter opinião e poder vendê-la é um direito da liberdade de expressão, onde fica a auto-crítica quando mais do que um direito, se mostra um dever? Parece que o ímpeto político do jornal dos Marinho não admite reparo e, quatro décadas depois, prefere sonegar sua participação nos acontecimentos de 64 e nos anos subseqüentes. É do jogo: quem tem o monopólio da palavra, tem, na mesma medida, o direito de se "auto-anistiar".

AI-5: Você sabe o que foi?

Hoje (13/12), a Folha de S. Paulo destaca que oito em cada dez brasileiros (para assinantes) acima dos 16 anos nunca ouviram falar do AI-5.

A matéria afirma que 26% dos entrevistados pelo Datafolha julgam que o general Costa e Silva, presidente naquele dezembro de 68, agiu corretamente ao assinar o Ato Insititucional.

E você, caro internauta? Conhece o AI-5? Sabe o que foi? E mais: concorda com os 26% que cerram fileiras com o general?

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Biruta em punho

Olá, bom dia.

Se existe um senso comum em qualquer área profissional é aquele que defende a auto-crítica como um meio fundamental para aperfeiçoar, corrigir e consolidar a atividade exercida.

No Brasil, os meios de comunicação estão concentrados nas mãos de poucas famílias. Na verdade, não mais que cinco. E os veículos, no geral, são avessos à crítica na mesma medida em que evitam, com muito custo, discutir suas próprias falhas, deslizes, equívocos.

Este blog, portanto, tem como propósito mapear para qual direção está a biruta da auto-inspeção dos jornais e em que pé anda o espaço dado à área profissional em que estão incluídos. Além disso, aqui haverá opinião sobre o que se considera justo, correto, pertinente e, sem dúvida, sobre o inverso disso tudo.